sexta-feira, janeiro 19, 2007

Dois

Arrisco todo o tempo do mundo, não tenhamos pressa. Ele diz que sente - ele jura - que só dura vinte e cinco, eu otimista, suponho quarenta e dois. Temos, portanto, calculo com as mãos: um dois três anos restantes. É tempo muito para colecionar outonos, admitir ilusões, tatear as terminações de cada nervo, cabelos, omoplatas, sinais nas costas. Combinaríamos escalas de cores, minutos, espelhos foscos e feixes de luz. Ou então, há ainda tempo que obrigue nossas unhas a arranhar paredes, muros de casa, até que arranquem em brasa as dobradiças das janelas, asfixiadas: obscuro carnaval por dentro, carnaval de luz lá fora, máscaras, segredos mil. É cedo. Quem dirá se já, agora, caberia a nós dois pensar em números? Quanto mais nestes poucos, aqueles, que não se contam nos dedos.

2 comentários:

Anônimo disse...

destes números que se contam em duas mãos, em dois corações; lembraste-me um capuccino o que já faz lembrar do calor. estão - estamos - imersos em profunda ventura cósmica e conspiratória. quem sabe duram o número dos dentes de cada um ou as raízes quê. o ficas é melhor em transcrever os números e as razões que fizeram a bolsa despencar, é um querido - e bem mais conveniente. dos anos. anais. l'hiver 07/08 - paris prêt-à-porter. lume lúdico. são os feixes da manhã dourada e da iluminada presença de um terceiro que formam dois em um só.

Ficas disse...

ei! como eu não li isso antes!????
saudaaade, cons.
adorei. ciranda entre tangos é quase meu. posso?
beijo!

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